quinta-feira, junho 14, 2007

“As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri”

Sophia de Mello Breyner Andresen

[Foto: Fim de Viagem - Cheiro a Casa]


“Fiz o que pude para justificar o privilégio que tive. Trouxe comigo o que podia partilhar com os outros: filmes, fotografias, relatos, mapas, instruções de viagem. Certas coisas não pude dividir nem contar, porque eram impartilháveis: os cheiros, o sabor da comida, a poeira e o cansaço acumulados, essa desesperada nostalgia depois de cada regresso. Outras coisas ainda deixei lá, porque não podia trazer: são coisas que viajam comigo para sempre e cuja memória há-de morrer comigo – os amigos que encontrei e nunca mais vi, os espaços, os silêncios, as estrelas no céu e outras coisas como o medo, a alegria, a solidão, a descoberta”.

“Sul”, Miguel Sousa Tavares

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

e esse tempo, tempo maldito, que não pára, que não dá oportunidade a que se retardem as emoções....eu já sofro por minha partida da Europa, sofro por deixar aqui uma importante parte de minha pessoa, sentimentos, afetos, comoções.

quarta jun. 27, 06:01:00 da manhã 2007  

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