sábado, fevereiro 10, 2007

Fim de Bécora

Hoje, 15H30 – 16H30 pedalei até ao fim de Bécora, bairro de Díli. E vi (o que terá sido) um inferno. Uma enorme língua de fogo terá varrido esta zona. A enorme quantidade de casas enegrecidas, de que restam apenas as quatro paredes e o que em tempos foram janelas, são a memória viva de dias de terror não muito longínquos.
A espontaneidade com que as crianças saúdam, ou solicitam atenção (“Malai, malai, …”), dá conta da pouca frequência com que os malaios brancos, acantonados entre a baía de Díli e o Hotel Timor, se aventuram por estas paragens.
Este bairro lembra, talvez, o Afeganistão ou o Iraque arrasado…
Talvez volte, por uma imagem.

P.S. Dos últimos eventos vale a pena ler os textos do novo representante da Lusa em Timor, o excelente Pedro Rosa Mendes, que vão saindo na imprensa PT.

Excertos:

Dili via SMS
Expresso, 09/02/07
Por: Pedro Rosa Mendes

Em Dili, o instante leva sempre a melhor sobre o acontecimento. A realidade, como nas tarifas da Timor Telecom, tem facturação ao minuto e as surpresas acontecem em horário económico – quando o dia cai e começam a circular as más ou as meias-notícias. Exemplo: “20h33 Distúrbios em Kampong Alor. Evitar esta área. Polícia a caminho. Proibido sair à noite,”.